Spring/Fall

Carregas a desilusão dos tristes nos ossos que um dia foram possibilidades infinitas. Há muito que a frase “um dia hei-de” não se atreve dos teus lábios, reduzidos agora a uma linha severa num rosto outrora de sorrisos prenhes. A tristeza dos que nunca pisaram a linha divisória, dos que recuaram sempre perante a ameaça do outro lado do espelho, dos que nunca se souberam perder na vertigem. Não há, neste jogos de luz e sombra, redenção para ti.

O pecado já não mora aqui...

Não me acredites jogada aos bichos, nem julgues que me perdi no momento em que me deixaste, o meu corpo de repente invadido pelo gume frio de facas afiadas, com o pretexto que te reclamavam outros lugares. Descobri-me aqui, nesta viela chamada Vitória onde os gatos e as gaivotas se encarregam de me lembrar a condição terrena. E se acontece sentir na boca o travo dos dias em que me julgava sem bússola quando sem ti, basta-me olhar para a caixa do correio: chamo-me Felicidade de Jesus, moro no n.º 2. É favor não incomodar.

Porto

Lugares desertos (S. Miguel)

Quase fantasmas (S. Miguel)

S. Miguel verde...

... e um pedaço só de azul.

... e o mar,
destino incontornável de todos os passos em volta.

S. Miguel

O nevoeiro e o cair da tarde e o silêncio à volta, a não ser o som dos passos na gravilha do chão, o meu respirar e o teu